domingo, 2 de março de 2008
A ocarina onírica
Nem uma núpcia contra a natureza nem uma multidão justaposta, mas o nascimento de uma gagueira, um traçado de linha quebrado que parte em adjacência com uma pele de rinoceronte esticada de uma só vez e deambulando sou as situações que me povoam.
passamos grande parte da vida em outro mundo além desse.
O sonhar.
quando o nomadismo da gagueira chegou ao xamanismo, ele estava sendo empurrado pelo recém-chegado, o enviado da roda. mas em certo sentido já era tarde.
já tinha sido mil vezes perfurado. quando há vento nos sonhos todos somos ventríloquos.
aqui isso foi incluído e depois emudecido.
"o sonhar já pertencera a Daniel, com o poder dos deuses santos".
"aí estão os sacerdotes e embora sejamos inimigos meu sangue está ligado ao deles"
Quando passavam por planícies desoladas, entre ermos perdidos de um cinzento endêmico, os viajantes suspiravam pelos férteis platôs da infância.
a charada já foi quebrada, nós que ainda não percebemos porque nos parece haver na resposta uma entonação de dúvida.
as origens, as auroras, a infância, o eterno menino assustado e feliz.
com o que mais isso parece que seja melhor que um sonho?
pois ainda é o que era.
uma bola de luz sorridente plena de mil promessas. A ocarina onírica tocando notas de lavanda.
A ocarina onírica.
(*quando estiver sonhando tente fixar o olhar em algum item do teu sonho)
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Um comentário:
ainda estou tentando perceber q estou sonhando qdo estou sonhando...
aliás, nem tenho lembrado dos sonhos. só das intuições de q têm sido bons sonhos...
cheguei na kalina logo depois de vc ter saído... uma pena
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